quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fórum - Questão 5

Com base nas leituras e reflexões feitas durante as semanas que passaram, responda a seguinte questão:
5 - Os ganhos educacionais, por parte da mulher, não têm se traduzido em melhorias efetivas no mercado de trabalho, onde, apesar de mudanças positivas, continua a prevalecer um razoável hiato salarial. Justifique.
OBS: serão postadas cinco (5) perguntas hoje à noite (quarta-feira). Escolha no mínimo duas para responder. Não esqueça de interagir com os comentários dos colegas.

12 comentários:

  1. O ganho educacional feminino não têm se traduzido em melhores condições e/ou melhor remuneração porque a mentalidade de que o trabalho do homem é superior ao trabalho da mulher ainda é uma realidade vivenciada por todos nós. Conforme entrevista que assisti outro dia e recomendei aos colegas, somente dentro do serviço público é que estas diferenças não aparecem, embora a promoção na carreira sofra restrições incluisive dentro deste setor. As diferenças salariais se refletem nas diferenças raciais, mesmo para aqueles que estão no mesmo patamar educacional.
    A luta de movimentos sociais femininos, embora sejam datadas do inicio da Revolução Industrial, ainda têm um longo caminho para que a igualdade entre os gêneros possa acontecer

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  2. Realmente, a luta dos movimentos sociais femininos, como postou a colega Joce, deram o "ponta pé" inicial para que a mulher pudesse ter em suas mãos instrumentos para reivindicar melhores empregos, melhores salários, espaço para atuar.No entanto, isso ainda não se traduziu em condições melhores de remuneração porque a baixa escolaridade da mulher, o nível de pobreza em que se encontra ou a variedade de responsabilidades com que tem que arcar levam-na para aceitar empregos de baixo salário, com poucas chances de crescimento profissional e salarial. A sobre carga de trabalho: família e casa, acabam tornando-se um obstáculo para que a mulher possa se aperfeiçoar, buscar qualificação profissional, que o mercado exige mais da mulher do que do homem. A mulher é realmente mais exigida para conseguir uma posição profissional melhor e consequentemente um salário superior.Além disso ainda tem que se encarregar dos filhos, da família...mesmo assim, noto pelas estatísticas da apostila "Gênero, sexualidade e desigualdades" dessa unidade, que a mulher vem adquirindo espaço na escola, nas universidades, em cursos antes tidos como só para homens..em setembro de 2010, a RBS passou uma reportagem no município de Horizontina onde 6 mulheres estavam fazendo curso para motorista de trator, de colheitadeiras, empilhadeiras...espaço antes restrito aos homens agora se abre para o universo feminino. Prova de que as coisas no mundo estão mudando, a passos lentos, mas estão!

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  3. Já estamos distante daquela sociedade em que a mulher se resumia na “rainha do lar”, claro que não podemos discriminar as que optam por este estilo de vida e se julgam felizes. Conheço muitas mulheres que afirmam não se imaginar trabalhando fora, cumprindo horários... (seria isto um vestígio cultural...ou uma opção?... ainda não escutei um homem fazer esta afirmação). Mas, as que encontram sua completude na expressão da sua produção profissional precisam enfrentar o preconceito silencioso que ainda envolve a ocupação de determinados cargos, posições e remuneração. A mulher estuda, se qualifica e mesmo assim parece estar constantemente desafiada a ter que provar sua competência como profissional. Quem já não viu na internet a frase: “Professora não ganha mal, é apenas mal casada”. Um pensamento retrógrado e machista que reforça a concepção de que as mulheres poderiam receber menores salários, pois seriam sustentadas pelos maridos. Se pessoas que representam lideranças políticas no país poderiam pensar assim, que seria das políticas públicas voltadas ao combate a esse tipo de preconceito?

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Denize Foletto

    Gostei muito do comentário da colega Ana, uma vez que me chamou a atenção o fato dela lembrar daquelas mulheres que, como ela mesma colocou, por opção ou um vestígio cultural, não se imaginam trabalhando em um lugar que não fosse em seus lares. Muitas vezes essas mulheres também são discriminadas porque estão nessa condição. E não nos damos conta que ao fazer isso estamos fazendo o mesmo círculo do extremo, ou seja, discriminando. Dessa forma, em relação ao hiato salarial entre homens e mulheres, em geral, a média dos rendimentos das mulheres é inferior a dos homens. Essa diferença reflete o que se poderia chamar de “discriminação salarial”, isto é mulheres e homens exercendo a mesma ocupação, mas recebendo salários diferentes. Outros elementos igualmente contribuem para explicar tal discrepância, como a extensão da jornada de trabalho (em geral mais extensa entre os homens) e a qualidade das ocupações exercidas por homens e mulheres. Pode-se argumentar que o acúmulo de afazeres domésticos e as maiores responsabilidades familiares impedem as mulheres de estender sua jornada e, assim, ampliar sua remuneração. Se tal hipótese se sustenta, e há evidências para tanto, não se trata de uma discriminação salarial propriamente, mas dos diferentes papéis que homens e mulheres desempenham em nossa sociedade. Portanto, as diferenças de salários entre os sexos envolve questões muito mais profundas e complexas do que as contidas diretamente no mercado de trabalho.

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  6. Os comentarios feitos pelas colegas que antecedem a este, são profundos e dignos de reflexão, na medida em que tocam nos pontos fundamantais de uma questão social que sõ irá apresentar resultados na medida em que cada vez mais sejam debatidos e cobrados.

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  7. Assim como todas as transformações acontecidas na sociedade a conquista das mulheres por melhores oportunidades de trabalho, bem como, por melhores salários esta acontecendo gradativamente. Não podemos esquecer que este é um processo cultural que, infelizmente, traz resultados a longa data, no entanto, não podemos cruzar os braços esperando a mudança. Conforme afirma o colega Vilson é debatendo e nos qualificando que iremos mudar esta realidade, pois não existem argumentos plausíveis que prove que os homens são mais capazes que nos. Todos somos capazes quando colocados em situações de igualdade.
    Evidentemente que o processo cultural quando se trata destas desigualdades parece andar lentamente a nosso favor ou direito, no entanto, a mulher infelizmente, enfrenta muita discriminação, isto significa que quando optamos por não sermos apenas esposas, começamos no negativo, pois as oportunidades são poucas e sempre em desvantagens, ou seja, em muitos casos acabamos por aceitar condições que nos diminuem, justamente, devido ao fato de termos em casa uma família para sustentar. Talvez nosso desempenho, por vezes não seja o mesmo, pois os afazeres domésticos ainda continuam sendo feitos, assim como, outros elementos apontados pela colega Denize.

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  8. Acredito que o melhor desempenho da mulher nos níveis educacionais é resultado do maior empenho nos estudos e o tempo de dedicação para estas tarefas de cultura e informação enquanto que a maioria dos homens se relaciona com a questão educacional de forma mais superficial. Concordo com a colega Ana quando cita que a mulher vem adquirindo espaço na escola, nas universidades, em cursos antes tidos como só para homens... bem como no mercado de trabalho, pois está a cada vez mais invadindo espaço que antigamente eram preenchidos apenas pelo gênero masculino como motoristas, policiais, engenheiros, arquitetos, taxistas, e o homem também está ocupando espaços que normalmente eram ocipados por mulhers, como professoras e dona de casa. Em diversas reportagens feitas pela Rede Globo para o programa Globo Reporter, evidenciavam o trabalho feminino ocupando cargos e atividades antes realizadas pelo homem de maneira muito satisfatória e até melhores, embora tivessem salários menores. Penso que a questão de valores em salário é cultural e relacionado ao gênero, reproduzindo o tradicional machismo. Contudo, a contemporaneidade está tomando a direção do hibridismo, quebrando as regras de níveis educacionais, empregos e salários entre os gêneros. A passos lentos estamos caminhando para a realidade teórica imposta já plea Constituição de 1988 que afirma que homens e mulhes são iguais em direitos e deveres.
    Scheila Secretti - Polo Sobradinho

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  9. A transformação cultural ocorrida no mundo e no Brasil com relação a Gênero é bastante marcante, porém “Os ganhos educacionais, por parte da mulher, não têm se traduzido em melhorias efetivas no mercado de trabalho, onde, apesar de mudanças positivas, continua a prevalecer um razoável hiato salarial.” Isso se deve ao fato de que, conforme ressaltou a colega Joce, ainda existe “a mentalidade de que o trabalho do homem é superior ao trabalho da mulher”, podemos dizer que isso é uma questão cultural e continua agravando a Desigualdade, que segundo Lamas (p.13) resulta "não da biologia e sim da simbolização que se faz dela.”

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  10. Prezadas/os colegas!

    Apesar de todos os problemas enfrentados, a organização de mulheres foi um dos grupos que mais avançou na construção de sua própria identidade. Os temas relativos aos direitos da mulher tiveram um grande avanço, desde a liberação sexual até o reconhecimento do direito de ser tratada como um ser único e não como uma parte do homem.
    Diante desse contexto em que a mulher vem conquistando espaços dentro da sociedade, torna-se, portanto, importante observar que a crescente escolarização das mulheres está garantindo uma melhor condição na busca por seu espaço, consequentemente, facilitando sua colocação no mercado que está cada vez mais exigente em relação a qualificação e capacitação para o trabalho.
    Mas, de acordo com Ramos e Soares (1995) a inserção das mulheres no mercado se dá de forma discriminada, pois, mesmo, quando as mulheres têm um nível de escolaridade similar aos dos homens, observa-se um diferencial de salários a favor dos últimos, principalmente nos setores de atividade com menor grau de feminização, os quais em geral, pagam melhores salários.
    A intensa afluência das mulheres latino-americanas ao mercado de trabalho não foi acompanhada por uma diminuição significativa das desigualdades profissionais entre homens e mulheres. A maior parte dos empregos femininos continua concentrada em alguns setores de atividade e agrupada em um pequeno número de profissões, e essa segmentação continua estando na base das desigualdades existentes entre homens e mulheres no mercado de trabalho, incluindo as salariais. As possibilidades de acesso a postos elevados nas hierarquias ocupacionais continuam sendo muito modestas para a maioria das mulheres.
    No entanto, a dificuldade de incorporação ao mercado de trabalho das mulheres com nível educacional mais baixo é significativamente maior que as dificuldades dos homens na mesma situação, pois elas necessitam em geral, mais anos de estudo para se incorporar ao mercado de trabalho.
    Embora alcancem maiores níveis educacionais, os salários das mulheres continuam sendo significativamente inferiores aos dos homens, e essa diferença aumenta quanto maior é o nível educacional.
    Pode-se dizer que o rompimento do isolamento do lar e a participação da mulher no espaço público se deram por um processo de reações e conquistas que se arrasta até hoje. A sua iniciação no trabalho remunerado, se deve a uma necessidade do capital de ampliar o seu consumo e isso ocorreu de um modo desigual. A condição da mulher no mercado de trabalho vem ocorrendo em condições desiguais e excludentes. O preconceito de inferioridade que fora designado ao sexo feminino durante séculos através da religião, das leis, da escola e da família é apropriado, inclusive pelo capital e reproduzido nas relações de trabalho remunerado e que a aceita como trabalhadora legítima.
    Nas últimas décadas a sociedade passou por profundas mudanças demográficas, culturais e sociais que provocaram a transformação da composição das famílias. As mulheres firmam-se como agentes sociais, econômicos e políticos da maior importância. Resultando em que, a ampliação do contingente feminino no mercado de trabalho foi uma das mais importantes transformações ocorridas.
    Entretanto, suas novas responsabilidades não as desobrigam das familiares e maternas. Não importa qual seja sua situação laboral, elas seguem sendo as responsáveis por múltiplas tarefas associadas a casa, aos filhos e à família em geral. Para a maioria delas, a sobreposição de seus afazeres domésticos e da atividade econômica, sendo esta última, muito importante para a sua sobrevivência e da família, assim como para sua autonomia, representa uma grande sobrecarga. Através desta condição de gênero que resulta, para as mulheres, uma posição secundária e discriminada no mercado de trabalho.
    Por isso, é necessário que se pense de maneira otimista e que a médio e longo prazo, seja possível que o acesso do número cada vez maiores de mulheres às ocupações e empregos mais qualificados crie condições para que sejam superadas as desigualdades salariais.

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  11. Colega Scheila. Concordo com que a mulher tem avançado muito no espaço de autonomia, e a educação tem ajudando muito. Só que muito ainda tem a ser feito, pois mesmo dentro do setor educacional as desigualdades registram-se ainda fortes. Pois, a educação garante também acesso mais extenso a serviços, ao conhecimento dos direitos e deveres de cidadãs, o que leva à maior autonomia nas decisões pessoais e à melhor inserção nos espaços da vida pública. Mesmo sabendo que a Constituição de Federal de 1988 elege os direitos e deveres de igualdade para ambos os sexos. Cita-se o diferencial da escolaridade em favor das mulheres é mais evidente na população negra. Já na população branca, a margem de diferença é menor.
    As mulheres também superam os homens nas áreas rurais, em relação ao desempenho médio escolar em todos os grupos etários até os 59 anos de idade.
    Desta forma, o Brasil reverte o hiato de gênero na educação e eliminou o déficit educacional das mulheres em relação aos homens conseguindo reverter o hiato educacional. Só no que se refere ao hiato salarial ainda encontra-se uma diferença real, onde os homens recebem mais do que as mulheres, mesmo na realização de tipos semelhantes de tarefas.
    Outro, porém é em relação ao grande desafio de ampliar o acesso de crianças às creches e universalizar o ensino de 4 a 17 anos. Assim, atingiremos mulheres de baixa renda e mães jovens, mães solteiras e demais mulheres.

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  12. Luciana disse...
    É tão forte a ideia de que homem deve sustentar a família que podemos observar nas escolhas de concurso vestibular. A “divisão” de cursos mais masculinos das femininas. Dificilmente vemos homens cursando pedagogia e mulheres cursando engenharia mecânica. Reforça-nos o quanto o homem deve “ganhar” mais que a mulher. Talvez esta concepção ainda permeie no imaginário social, tanto que ainda que homens e mulheres desempenhem a mesma função, tem seus salários diferenciados. Claro que é a mulher que recebe menos.

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